13 de abr. de 2011

Mimar os Filhos




Na maioria das vezes, o simples fato de pensar em ter um filho já enche os futuros pais de alegria e amor. Para aqueles que decidem seguir nesta aventura, é difícil imaginar alguém que não pense logo em cobrir o filhote de agrados e de mimos, tentando satisfazer todas as suas vontades. Muitas vezes trata-se do primeiro filho que foi muito esperado e desejado, ou o primeiro menino, ou a primeira menina. De qualquer forma o comportamento mais comum é tentar oferecer ao pequeno tudo aquilo que estiver ao seu alcance (e algumas vezes até o que não está), para vê-lo feliz.

Esse novo papel (pai/mãe) geralmente é formado por modelos que tivemos e a nossas avaliações desses comportamentos e atitudes, do que é certo ou errado e do que acreditamos ter sido melhor para nós. Tentamos sempre melhorar na tentativa de superar os erros que nossos pais cometeram.

Com a necessidade de trabalhar o dia todo, os pais são obrigados a ficar longe dos filhos, provocando culpa (mesmo que as vezes inconsciente), e uma necessidade de recompensar seus filhos. Outras vezes vem essa necessidade de recompensa ou de não contrariar a criança pelo fato de acharem que estão em falta com o filho por qualquer outro motivo, como a separação por exemplo. Daí muitas vezes surge os mimos aos filhos.

Mas amar também é frustrar, é oferecer ao outro a possibilidade dele perceber que têm limites. É justamente essa noção que ajuda a desenvolver a individualidade, o respeito, responsabilidade dos seus atos e a auto-confiança.

Uma criança mimada, na verdade é alguém que se sente muito amado, tão amado, que passa a acreditar que o outro não conta e que apenas seus desejos devem ser realizados. Se torna egocêntrica, porque sempre viveu sua vida com essa realidade.


A questão central não é amar demais, mas, aprender que a frustração faz parte de nossas vidas e do amor, e serve para nos fortalecer. Se não vivermos a frustração, não vamos conseguir entender quais são nossos limites não vamos superá-los. Além disso, se não conhecemos o limite dos outros teremos mais dificuldade em respeitá-los.

Quem ama frustra, coloca limites e dá parâmetros.

Então, mimar os filhos pode ser um ato de amor se colocar nessas atitudes noções de individualidade, respeito a si próprio e ao outro, responsabilidade pessoal, moral, social e ética.



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