17 de set. de 2011

Batalhas com a consciência

Já passei por grandes conflitos! Pareciam intermináveis e quanto mais eu buscava soluções, a sensação era que me desencontrava ainda mais. Vivi entre o céu e o inferno, em dúvida com a minha própria existência. Senti, por várias vezes, deslocada e mal “instalada” neste mundo. À minha volta as pessoas eram estranhas e as coisas absurdas! Questionava o porque de eu estar nesse mundo e se era o mundo certo.


Um dos maiores desafios desta vida é podermos vencer as nossas próprias batalhas. E elas, quase sempre, são travadas dentro de nós, com a nossa consciência... A mesma consciência que nos impede de dormir, que fica alerta e nos avisa quando algo não está normal. Isso acontece com todos nós! Somos os nossos maiores juízes. Decretamos nossas sentenças e aprendemos a conviver com elas.


Difícil identificar quando o problema está em nós, mal resolvido, e não com as pessoas que nos cercam. Julgar é automático, às vezes até como defesa para não reconhecermos nos outros o que está dentro de nós. Culpamos as falhas de todos e usamos como desculpas para uma vida infeliz. Não é o externo que nos molda  determina o nossos passos.


A consciência coloca a gente no banco, de castigo, até enxergarmos onde estão os erros. Algumas pessoas conseguem passar por essa prova e serem liberadas do castigo mental. Outros (acho que a maior parte) levam uma vida inteira tentando passar pelo primeiro estágio: reconhecimento dos próprios erros. Enquanto olham pela vidraça, enxergam o mundo todo sujo, mas não percebem que a sujeira maior surge de dentro e não somente do lado de fora.


Olhar pra si próprio e tentar ao menos descobrir as falhas é um começo para “limpar” a visão que se tem do mundo externo. Nesse momento (que não é fácil), travamos batalhas com as nossas crenças, atitudes e conceitos e, muitas vezes, nos sentimos derrotados por não enxergarmos as respostas. Elas estão diante de nossos próprios olhos e quanto mais duras forem, menores as chances de aceitarmos.




A verdade dói! E não dói só quando somos apontados, mas muito mais quando nos confrontamos mentalmente com ela. Mas uma hora chega o amadurecimento e ele vem com o tempo. Não podemos ficar de castigo por toda a vida! Quanto mais cedo fizermos a auto-avaliação e detectarmos a origem daquilo que nos aprisiona, mais rápido sairemos desse campo de batalha. Travaremos muitas outras, porque a consciência não descansa, está sempre de prontidão à espera de um pequeno deslize. E enquanto a tivermos, podem estar certos de que seremos lembrados pelos nossos erros. Só temos que ter cuidado pra não agir por impulso e agir sem antes ter uma consulta e evitar que venham novas batalhas. Tudo se resolve e as batalhas são apenas varreduras dos lixos que se acumulam. São saudáveis, desde que não nos decretemos rendidos e vencidos por elas.


Eu já vi meus erros, minha consciência anda sempre alerta e vigiando meus passos, mas mesmo pedindo perdão por um dos meus atos inconseqüentes, não o tive e não tiro a razão de quem eu devo, mas ainda sim, minha consciência faz questão de me lembrar constantemente em sonhos esse deslize. Mas não estou vencida !


"É contra mim que luto.
Não tenho outro inimigo.
O que penso,
O que sinto,
O que digo
E o que faço,
É que pede castigo
E desespera a lança no meu braço.

Absurda aliança
De criança
E adulto,
O que sou é um insulto
Ao que não sou;
E combato esse vulto
Que à traição me invadiu e me ocupou.
Infeliz com loucura e sem loucura,
Peço à vida outra vida, outra aventura,
Outro incerto destino.
Não me dou por vencido,
Nem convencido.
E agrido em mim o homem e o menino."
(Poema: Guerra Civil)



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